Granada, a verdadeira pérola da Nicarágua !

Posted on outubro 28, 2011 // 8 Comments

Depois de conhecer as belezas e o povo simples da Ilha de Ometepe, seguimos para a cidade de Granada, o destino mais procurado da Nicarágua. Desde que entramos no país o que mais ouvimos é que a cidade é a mais bela e bem cuidada do país. Se você tiver a oportunidade de vir para cá e não dispor de muito tempo, este é o destino a conhecer. Urbana e colorida, a colonial Granada com arquitetura de inspiração européia preserva seus edifícios mantendo todo esplendor dos tempos passados. Na Praça da Independência, a imponente Catedral e os edifícios ao seu redor vão facilmente te transportar para o passado.

     

         

A cidade foi fundada em 1.524 por Francisco Hernández de Córdoba, e no período colonial contava com um forte comércio vigorado pelos portos no Oceano Atlântico e no Lago Cocibolca. Granada foi testemunha e ao mesmo tempo vítima de muitas batalhas e invasões de piratas ingleses, franceses e holandeses que tentavam obter o controle da Nicarágua. Por toda cidade, edifícios restaurados também mantém a riqueza de detalhes das fachadas, conservando seus interiores originais com seus pés-direitos majestosos.  Foi historicamente considerada cidade irmã de Antigua, na Guatemala, outra jóia da América Central. Atualmente a cidade é encantadora, suficientemente grande para ter uma boa estrutura turística e pequena o bastante para continuar tranquila e pacata, com traços de cidade do interior. O que mais agrada os visitantes é poder andar calmamente pelas ruas, sem medo e sem vendedores oferecendo os cacarecos aos turistas, situação muito comum em outras capitais que passamos. Depois de estacionarmos nosso motorhome perto da praça, optamos por fazer um passeio de charrete no estilo “Central Park” de Nova York. Em volta da praça é fácil escolher um condutor e sair pelo centro histórico por cerca de 25 dólares, visitando os principais pontos da cidade. Considerando que estamos na América Central no mínimo o passeio é mais descontraído e divertido.

    

        

         

Fizemos uma boa escolha, Senhor José, sujeito de sorriso fácil, já com seus 86 anos de idade e saúde de menino é o condutor mais antigo da cidade. O que impressiona é que além de carismático José tem na memória uma infinidade de histórias para contar e podíamos ficar ali passeando o dia todo ouvindo seus relatos sobre a cidade e seus ilustres moradores. Conhecemos boa parte dos edifícios históricos e nas paradas podíamos descer da charrete para visitar seus interiores. Paramos na Igreja La Merced e subimos até a torre do sino onde se tem uma das melhores vistas da cidade. Só tenha cuidado com os horários, pois durante a nossa subida, no momento em que estávamos contemplando a paisagem ao lado do sino, fomos surpreendidos pelas ensurdecedoras badaladas. Confira o tamanho da peça de bronze na foto e tente imaginar o barulho tocando dentro do ouvido. Apaixonado pelo Brasil, Senhor José disse que éramos os primeiros turistas brasileiros a subir em sua charrete e estava muito contente por isso. Ficamos admirados com todo o seu conhecimento e com certeza indicamos seus serviços para quem vier à cidade.

    

         

Regressamos do passeio e buscamos um restaurante para saborear a culinária da Nicarágua. No que se refere à gastronomia local é obrigatório experimentar o tradicional “Gallo Pinto”, uma espécie de arroz com feijão frito que acompanha a maioria dos pratos. Outro bem popular é o “Vigoron”, a base de mandioca frita e “chicharrón”, tipo de torresmo de porco, por sinal bem gorduroso, além de uma salada de couve. Há várias opções de restaurantes na área central, é só escolher a que mais te agrada e comer apreciando o movimento dos “nicas” no centro. 

      

    

Nossa opção de almoço foi o Hotel Alhambra, que além da boa comida conta com uma bela arquitetura interna, sendo também uma boa dica de hospedagem. À tarde optamos por caminhar pelo centro e nosso passeio teve início na lateral esquerda da catedral onde está à rua mais frequentada por residentes e visitantes de Granada, a “Calle La Calzada”. A rua segue até as proximidades do lago, sendo que de ambos os lados há cafés, casas e edifícios históricos que a noite são bares agitados. Esta espécie de “boulevard” foi revitalizada recentemente e se tornou um dos ícones da vida noturna de Granada, onde turistas se divertem sobre a brisa que vem do lago. Falando em lago, há vários passeios que partem de Granada para as pequenas ilhotas nas curvas do lago Cocibolca. Existe também pousadas graciosas nas ilhas, algumas perfeitas para um final de semana a dois. John e Claire, ingleses recém casados, deixaram a Inglaterra e vieram para uma pousada à beira do lago em lua de mel e estão realmente encantados com o lugar. Nos bares e lojas da cidade é fácil encontrar proprietários espanhóis ou americanos que deixaram tudo em seus países de origem para viver no clima agradável e tranquilo de Granada. Esta vinda de estrangeiros gerou uma certa especulação imobiliária e atualmente os preços de imóveis ao redor do centro dobraram de preço em virtude da forte demanda. O transporte público de Granada e do resto do país seguem o padrão América Central, ônibus escolares americanos aposentados levam os nicas de um lado para o outro. Por vezes estampados na frente com o eufemismo “Expresso”, pois é coisa rara ver estes veículos andando rápido,  o que é bom, assim temos mais tempo para curtir as paisagens. De qualquer forma, velhos ou não, o que estes ônibus transportam mesmo são pessoas alegres, gente que sorri mesmo quando estão 5 passageiros num banco para 3, gente que ajuda um viajante de olhar perdido de forma desinteressada, assim são os “nicas”, como são conhecidos os nicaraguenses.

            

    

Não é preciso muito tempo para se encantar com um lugar, Granada é assim, apaixonante à primeira vista, não só por seu casario colonial histórico, mas também pela receptividade dos nicas. Se você quer conhecer um destino diferente e especial na América Central, venha para a bela e simpática Granada, não tenho nenhuma dúvida que você irá se encantar.

Seguindo para Masaya e para capital Manágua.

Category : Diário de Bordo