Conhecendo Santa Catalina, a melhor onda do Panamá !

Posted on outubro 2, 2011 // 1 Comments

Estamos na estrada novamente em nosso motorhome, mesmo com todo o tempo passado, já completamos 7 meses de travessia, temos um grande prazer em estar em nosso veículo e na rodovia. As estradas do Panamá são razoáveis, saindo da principal há pouquíssimo movimento e as pistas são estreitas. Com a vontade de surfar um pouco, fomos em direção a uma onda famosa do Panamá, conhecida como Santa Catalina. As estradas para lá são boas, cruzamos uma zona rural, com pessoas simples, gado na pista e tratores cruzando de um lado para o outro. Placas com indicações não existem, temos que perguntar a todo tempo para não perder as entradas. O governo do Panamá pretende incrementar o turismo em todas as regiões mas o primeiro passo deve ser a implantação de placas de sinalização para que os turistas saibam pelo menos como chegar nos atrativos.

     

Restando cerca de 30 km vimos uma placa que indicava Santa Catalina, com a foto de um surfista. Uma coisa é certa, nestes países da América central não tenha muitas expectativas sobre um local conhecido, pois na maioria das vezes o lugar vai estar bem abaixo do que você espera em termos de estrutura turísticas. Santa Catalina é uma pequena vila e conta com algumas pousadas e poucos restaurantes. Durante a noite achar um sorvete é uma missão quase impossível.  Dormimos no primeiro em nosso carro à beira da praia, não há perigo algum, o local é muito pacato. Ao lado havia um bar e um pouco antes do acesso a praia um posto da polícia. No dia seguinte fomos atrás do Ítalo, um brasileiro que veio para o Panamá na década de 80 e está até hoje. Ítalo casou-se com uma panamenha e construiu uma pousada num local super privilegiado, bem em frente à melhor onda do país e com uma vista espetacular.

     

    

     

A pousada faz jus ao nome, “Surfers Paradise” e enquanto estivemos por lá, estacionados no seu quintal, havia australianos, argentinos e espanhóis, todos surfistas. A pousada está em fase de implantação, aos poucos Ítalo está investindo na melhoria dos apartamentos. A comida é deliciosa, preparada pela Sandra, esposa do Ítalo e às vezes por ele mesmo. Na verdade, Santa Catalina é basicamente para surfistas, pois em termos de praia para curtir há pouca opção. Algumas praias têm fundo de pedra e se aventurar num mergulho pode lhe trazer alguns cortes no pé.  Enquanto estive na pousada rolou ondas de bom tamanho e todos que estavam no pico se respeitavam mutuamente, o que é raro em praias deste tipo. O acesso às ondas também requer certos cuidados, pois com a maré baixa as pedras ficam aparentes, sendo necessário caminhar sobre elas para chegar ao canal. Com a maré alta é mais fácil, mas em compensação a remada até as ondas é mais longa.

      

     

    

           

Passamos dias agradáveis e depois de surfar boas ondas, deu para imaginar o tamanho e a qualidade delas com a chegada de um bom swell. Segundo Ítalo, os melhores meses são fevereiro e março. Quem sabe na volta ainda temos sorte de pegar ondas maiores e melhores ! Se você é surfista e pretende vir ao Panamá, a passagem por Santa Catalina é obrigatória. Há rumores de que um mega resort está sendo construído na região e também uma pista de pouso, isto deverá tirar um pouco do sossego de Santa Catalina mas ao mesmo tempo vai impulsionar o turismo.  Distante apenas 20 km mar a fora no Golfo de Chiriqui, está o Parque Nacional Marinho da Ilha de Coíba, um lugar remoto e com pouca estrutura mas espetacular. Na ilha é possível caminhar dentro de florestas primárias, mergulhar num ambiente riquíssimo da fauna marinha. O local foi utilizado no passado como uma colônia penal e hoje apenas algumas ruínas ainda restam. A melhor forma de conhecer a Ilha de Coiba é mesmo entrando num tour de uma agência. É difícil prever o que vai acontecer com Santa Catalina no futuro, por enquanto o ideal é relaxar e curtir o lugar. Deixamos a pequena e simples vila de Santa Catalina para trás e cruzamos as montanhas em direção a outro famoso destino do Panamá, o arquipélago de Bocas Del Toro. As distâncias dentro do país são pequenas, do Oceano Pacífico ao Atlântico você vai em cerca de 5 horas e as estradas estão quase sempre sem movimento, portanto, conhecer o Panamá de carro é fácil e barato. Pé na estrada !

Category : Diário de Bordo