Bocas Del Toro, destino surpreendente no Panamá.

Posted on outubro 9, 2011 // 9 Comments

Deixamos Santa Catalina e seguimos para a cidade de Almirante, ponto de partida da balsa e das lanchas que vão para o arquipélago de Bocas Del Toro.  O que chama a nossa atenção na cidade é que praticamente todos os supermercados são de chineses. Dormimos no estacionamento de um hotel, também de chineses e no dia seguinte fomos até o porto para embarque. Como não havia carros suficientes a balsa não saiu, é necessário um número mínimo de veículos e caminhões para a partida. Voltamos para frente do hotel e ficamos o dia todo fazendo nossas tarefas, atualizando site, levamos a roupa para lavar e fomos ao supermercado. No dia seguinte chegamos bem cedo ao porto e já havia fila de carros e caminhões. Conseguimos assegurar nosso embarque que é feito por ordem de chegada e 30 minutos antes do horário previsto para a partida já estávamos na balsa.

      

     

 

A viagem dura apenas 2 horas e as águas são calmas, estão protegidas pelas ilhas ao redor. A província de Bocas de Toro foi fundada em 1903 e atualmente sua população já chegou a 100 mil habitantes, espalhados em uma superfície de 4.643 km2. É considerado uma jóia do Caribe panamenho por suas águas multicolores. O arquipélago é formado por 9 ilhas e 250 ilhotas. Este conjunto de ilhas é uma mistura equilibrada de natureza com tradições históricas e culturais. Nos arredores das ilhas há grandes porções de mangues, praias de areias brancas, águas transparentes em tons de azul turquesa, às vezes verde. A origem do nome do Arquipélago se deve a um cacique que viveu na região chamado “Bokatoro”.  As ilhas são frequentadas por turistas europeus e americanos, principalmente jovens de 16 a 20 anos. Há também muitos americanos que montaram negócios em Bocas e não voltaram mais para seu país de origem. Na década de 90 houve um boom de “gringos” comprando tudo em Bocas, aumentando os preços das terras. Felizmente as redes de fast food não chegaram por aqui e ainda resta uma boa doze de sabor local.  Após desembarcarmos em Bocas, na Ilha de Colón, nosso primeiro passo foi percorrer a única estrada no interior da Ilha que segue para praias distantes do centro. Ali sim vimos praias com águas claras e fundo de areia, excelentes para um mergulho. No final da estrada, no sentido norte, estão as duas praias surfáveis de Bocas, Playa Punch e a melhor onda da ilha, Playa Bluff, o período ideal vai de novembro a março. Na outra ponta, seguimos por entre florestas, bromélias e plantações de banana, é incrível, mas poucos kms de distância do centro parece que penetramos numa paisagem selvagem até chegar a Boca Del Drago, um local tranquilo e super agradável. 

     

    

    

    

       

No final da estrada há um vilarejo e uma casa enorme, com arquitetura peculiar, bem às margens da praia. Conhecemos o administrador, que é cunhado do proprietário e nos permitiu estacionar ao lado, num grande gramado bem frente ao mar e com água para o motorhome. O lugar é fantástico, à noite a brisa sopra incessantemente refrescando o calor. Ao lado há também pequenas cabanas para alugar e um restaurante com pratos típicos e frutos do mar, um verdadeiro paraíso para estar com nosso veículo. Distante apenas 20 minutos, numa caminhada leve, está uma das mais belas praias de Bocas, a Praia Estrela e chegando lá é fácil perceber a razão do nome, várias estrelas do mar descansam no fundo de areia das águas calmas e cristalinas. Turistas chegam de barco para passar o dia, mas a praia é longa, sendo fácil ficar longe da muvuca. Há caiaques e pranchas de “stand up”, aquela aonde o surfista vai em pé, dá para alugar e dar uma volta pela praia. Em Drago conhecemos um barqueiro, grande figura, conhecido por Colômbia, por ter vindo do país vizinho, e com ele fizemos um passeio pela ilhas do Pássaros. Distante apenas 15 minutos de barco de onde estávamos, chegamos em duas ilhotas no meio do oceano, repletas de aves marinhas e de coqueiros sobre as pequenas porçòes de terra. O lugar é perfeito para um mergulho com snokle.

      

              

     

Permanecemos alguns dias em Drago e depois voltamos para o centro de Bocas Del Toro. É dali que parte os principais passeios para as outras ilhas do arquipélago. Estacionamos o nosso motorhome na avenida central e partimos num destes passeios pelas ilhas. À medida que nos afastamos do centro, as águas vão ficando absurdamente claras, um convite para fazer snorkle. Normalmente os barcos de passeio levam máscaras para os turistas.   O melhor passeio é Cayo Zapatilla, onde está o Parque Nacional Marinho Islas Bastimentos, o mais antigo do país. O local foi cenário de gravação do reality americano Survivor. No caminho para as ilhas do parque ainda fomos surpreendidos por um cardume de golfinhos da espécie nariz de garrafa, chamados aqui de “flipper”. Letícia se encantou com os dóceis animais seguindo nosso barco.

    

         

    

         

Já nas ilhas, as águas são transparentes e convidativas para mergulho, é só colocar os olhos dentro d’água que é possível observar uma infinidade de peixes ao seu redor. É mesmo um local paradisíaco, praias desertas de areia branca, coqueiros de fundo e inúmeras espécies marinhas. Na volta paramos num restaurante a beira do mar que lembra as cabanas do Tahiti, é claro que numa escala bem menor em relação ao conforto e aos preços também, mas de qualquer forma o local é belíssimo e a comida de boa qualidade. Continuando nosso passeio desembarcamos em outra ilha e vimos de perto o seu morador mais ilustre, o “Redfrog”, o sapinho vermelho que está mais para laranja.

     

     

     

     

                

Não esqueça o repelente, os borrachudos adoram sangue novo. Voltamos para o centro da Ilha de Colón e saímos para checar a vida noturna da ilha. Jantamos num restaurante com vista para as outras ilhas e caminhamos pelas ruas agitadas de Bocas. Os americanos se deleitam com a venda de bebida sem controle e o som rola solto em vários “pubs”. Os dias que ficamos em Bocas Del Toro foram relaxantes, banhos de mar em belíssimas praias, boa comida, mas chegou à hora de voltar para o nosso caminho e no dia seguinte lá estávamos nós na balsa de volta ao continente com destino a Costa Rica.

Category : Diário de Bordo