Entramos no Uruguai, Brasil de novo só em 2012 !

Quando chegamos em Chuí-RS, tínhamos apenas a preocupação de fazer a carta verde, exigência feita pelos governos do Uruguai e da Argentina.  A carta é uma espécie de seguro contra terceiros para quem está viajando de carro, moto ou motorhome no nosso caso. O processo é rápido e tranqüilo, fomos ao escritório localizado em frente ao posto Esso logo na entrada do Chuí. Quem nos atendeu foi a Fabiana, muito prestativa e educada, fizemos tudo tranquilamente sem problema e com segurança. Os preços estão expostos na parede do escritório, assim não temos aquela desconfiança que o preço varia de acordo com a cara do freguês.             

   

Você só decide o período que vai permanecer dentro dos países para comprar o seguro.  Com a carta na mão fomos até o Arroyo (pequeno rio) que divide os dois países, ao lado dele o último farol do Brasil.       

     

Não pudemos subir no farol, apenas fizemos imagens de baixo, mas valeu a visita. Fomos até a praia, à maior do mundo, é aqui no Chuí que a praia do Cassino termina. Depois fomos para a rua que divide os dois países, meio confuso o trânsito, de um lado ida e volta do Brasil e do outro lado a mesma coisa do Uruguai. No meio um canteiro que divide os dois países.  São 4 filas de carros mais os estacionados e para não perder o costume, os famosos flanelinhas. Apesar da confusão, tudo funciona e parar o carro na rua não tem qualquer perigo, não há assaltos ou trombadinhas, bem diferente de Cidade do Leste, no Paraguai. É claro que a quantidade de lojas é bem inferior mas os produtos são confiáveis e há muita opção principalmente em relação a produtos alimentícios e bebidas importadas. Os uruguaios são bem mais educados que os paraguaios. Você pode comprar bons vinhos de 4 a 50 dólares, alfajores, chocolates e por aí vai. Compramos “algunas cositas” e seguimos para cruzar a fronteira. Como era feriado a quantidade de veículos e pessoas que se programaram estar no Uruguai naqueles dias era bem acima do normal e o tempo para fazer os trâmites fronteiriços demorava em média 40 minutos.  Passamos por todo aquele tumulto e iniciamos nossa viagem pela costa uruguaia. Ficamos felizes em confirmar as boas condições das estradas do país, e nossa primeira parada foi no Forte Santa Tereza. Vale à visita, o forte é super organizado no seu interior, com cômodos que retratam o funcionamento destas fortalezas no passado.            

Mais adiante na estrada do forte você chega na praia onde há um camping, uma boa estrutura, é possível parar motorhomes, dormir em barracas e para os surfistas também rolam boas ondas. Como era cedo, início da tarde, seguimos percorrendo o litoral passando por belas praias como La Pedrera, La Paloma e outras menores.                    

         

Estas praias ficam repletas de brasileiros que vêm normalmente de Porto Alegre e Pelotas, pois a distância é muito pequena para eles. As cidades são carismáticas, cada uma com seu estilo, umas maiores, outras menores, a que tem melhor estrutura é La Paloma e com mais opções de praias, bares, sorveterias e baladas noturnas. Em todos locais que passamos fomos bem atendidos pelos uruguaios. Chegamos num trevo que era o ponto de partida para conhecer um de nossos objetivos no Uruguai, um local ímpar na costa chamado Cabo Polônio. Ouvi falar deste lugar pela primeira vez através de uma reportagem da revista Terra, há muito tempo atrás. Lembro-me de uma pequena vila de pescadores, onde o acesso era feito apenas por veículos 4×4 ou caminhando. Passaram-se mais de 15 anos daquela reportagem, mas o acesso continua do mesmo jeito, só veículos 4×4 chegam ao povoado. Muita coisa mudou, hoje vivem no Cabo cerca de 70 moradores fixos, que ainda vivem da pesca, uma vida simples e sem qualquer luxo e 300 pessoas no total têm casas de veraneio e passam finais de semana e feriados por lá

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Segundo informação de um guarda-parque, no verão chega a passar mais de 1500 pessoas por dia. Apesar de ter tração em nosso veículo, para chegar de carro em Cabo Polônio é necessário obter uma autorização prévia em Montevidéu, no escritório central dos parques uruguaios. Paramos nosso motorhome onde todos visitantes deixam seus carros sem qualquer perigo e passamos a noite ali para conhecer o Cabo no dia seguinte. Logo pela manhã já embarcamos no primeiro monstrengo 4×4 que seguiu para o Cabo.  Na verdade os veículos que levam os turistas para o lugar são veículos adaptados, ex-veículos militares e outros tipos esquisitos que agora fazem este traslado.

                          

A viagem é rápida, são 25 minutos cruzando dunas e no final entramos na praia até chegar ao centro do povoado.  Descemos e caminhamos pelo Cabo vendo de perto toda simplicidade e tranqüilidade que transformou o lugar num destino alternativo e interessante de conhecer. Não há água corrente, nem energia, o que se ouve aqui é o som do mar e o piscar do Farol na ponta que divide as duas praias mais conhecidas, praia do sul e praia do norte.

         

Vimos lobos marinhos, conhecemos a única escola do Cabo e na hora do almoço participamos de uma Paella gigante para todos que estavam por ali. O prato foi feito para arrecadar fundos para a escola, portanto a causa era justa para saborear o prato típico da Espanha no litoral do Uruguai.  A vista do farol parece ser bem legal, mas ele estava fechado para visitas no dia, fica para a próxima vez.  Durante a caminhada experimentamos um bolinho de alga, com um pouco da sal ele ficou saboroso. Esta é uma característica dos pratos no Uruguai, eles são servidos com pouco sal e tempero.                                                                                                                                                                                           

             

          

            

Visitamos mais alguns pontos do cabo, fomos no pitoresco centro onde há barracas com artesanato e depois pegamos um 4×4 de volta ao nosso carro.  Seguimos pela estrada e por volta das 6 da tarde decidimos procurar um lugar seguro para estacionar o motorhome. Chegamos ao trevo da cidade de Rocha, lá encontramos um posto Shell, onde o proprietário, senhor Julio Rodriguez, nos tratou muito bem, super educado e admirador do Brasil. Concedeu-nos um bom lugar para dormir, água e luz para o motorhome. Conversei um pouco com Julio, que fala bem português e conhece boa parte do sul do nosso país. Dormimos tranqüilo com boas lembranças de Cabo Polônio.

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Category : Diário de Bordo

7 Comentários → “Entramos no Uruguai, Brasil de novo só em 2012 !”


  1. Marcelo Favilli

    12 Anos ago

    Legal Pimenta! Vamos te acompanhando nessa nova aventura! Um abraço

    Marcelo

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  2. Marcelo (marmita)

    12 Anos ago

    Ola não esqueça de visitar em Punta Del Leste o Cassino Conrrad Mundo de caras !!!!!! e não esqueça de tirar a sorte nos caça niqueis Continuo acompanhando aqui de Sampa . Bom Passeio .

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    • eduardo

      12 Anos ago

      Passamos pelo Casino só para conhecer, a fachada é bem legal e na frente um belo pier para admirar a cidade de longe.
      Valeu Marcelo !
      Abraços

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  3. Eline

    12 Anos ago

    gosto muito de Uruguai e suas tradições! a rua que divide o Brasil do Uruguai é uma coisa que a gente nao esquece, pq de um lado tem uma loja da hering e do outro um casino, rs…e o modo como eles vendem seus carros, colocando uma garrafa em cima é muito engraçado…quero voltar em breve!

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  4. Guilherme Santander

    12 Anos ago

    Poxa edu… Poderia ter feito o seguro contra terceiros aqui na CENTRALVALE SEGUROS,rsrs.. do nosso querido amigo ZULU..

    Muito boa sorte !

    é o que deseja a CENTRALVALE SEGUROS á você.

    Grande abraço

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  5. Julio e Débora Murat

    12 Anos ago

    Pimenta estamos curtindo sua viagem.
    Estaremos viajando de carona com vc rsrs.
    Que Deus te acompanhe.
    Um abraço

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  6. Marcos Böhlke & Morgana Riva

    12 Anos ago

    Olá amigo!

    Moramos em Pelotas – RS, e no feriado de páscoa aproveitamos para ir a Montevideo fazendo a voltinha entrando por Chuí e voltando por Jaguarão. Pois então, é com grande alegria que compartilho que no dia 21 de abril, quarta-feira, quando nos preparávamos para cruzar a fronteira nos deparamos com o motorhome da expedição, no mesmo posto em que tomaríamos um café bem cedo da manhã. Ficamos encantados com a proposta da travessia das américas, quem nunca sonhou com isto? Desejamos toda a sorte do mundo nesta empreitada e tenham certeza que acompanharemos cada percurso dessa travessia.

    Um forte abraço aos dois.

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