Buenos Aires, chegamos à capital Portenha !

Posted on abril 29, 2011 // 2 Comments

Ainda é cedo, o Buquebus chega no terminal de Buenos Aires sob uma bela luz e no horizonte o sol desponta num belo cenário. Saimos do terminal e paramos o motorhome no estacionamento ao lado. Aguardamos até às 10 da manhà, ligamos  para meu irmão e marcamos encontro no Puerto Madero, pois já estávamos ali na área.

              

Foi muito bom revê-los, fomos caminhando em direção a Calle Florida, esta rua tão popular e conhecida de Buenos Aires. É lá também onde está à tradicional Galeria Pacífico, um shopping pioneiro e que abriga marcas famosas em suas lojas. Nas sequência passamos pela Casa Rosada, um breve descanso na praça em frente e fomos almoçar no restaurante La Cabrera.

                            

 O que nos surpreendeu foi que pegamos dois taxis, um foi atrás do outro e por incrível que pareça quando chegamos ao destino os valores eram bem distintos, quase o dobro.  Percebemos que um taxista havia adulterado o taxímetro para cobrar mais caro. Um fato muito triste, um taxista manchando a imagem de muitos outros honestos da cidade. Considerando que os taxis são baratos e funcionam quase que como um transporte público isto é lamentável. Deixando as trapaças argentinas de lado, tivemos um almoço muito agradável, como sempre a tenra e macia carne argentina dispensa comentários.  Se existe uma coisa unânime entre os brasileiros é que a carne argentina é melhor que a nossa. O motivo para o sucesso da carne dos nossos hermanos é que o gado normalmente pasta em locais planos e sem montanhas, ao contrário do Brasil, onde o gado sobe e desce montanha repetidamente gerando muitos músculos.  Nos divertimos bastante em nosso reencontro, é sempre gostoso quando se está viajando por um longo tempo encontrar com amigos e familiares.

             

Voltando a capital portenha, a cidade realmente se parece com algumas cidades da Europa, muitos museus, muitas galerias de arte, cafés, locais organizados e muito bem cuidados. Até o cemitério da Recoleta é uma grande atração turística, não só pelo túmulo da saudosa Evita Peron como também de outras celebridades do país. Normalmente os visitantes que vêm pela primeira vez a Buenos Aires seguem um roteiro que inclui El Caminito, no bairro La Boca, onde está também o estádio La Bombonera do Boca Juniors, um almoço na Recoleta passando antes pelo Buenos Aires Design e a noite um jantar no Puerto Madero.

             

É claro uma noite deve ser reservada para assistir um belo show de Tango onde é possível incluir um gostoso jantar. E por que não dar uma passada me frente à Casa Rosada, a sede do poder argentino e contornar o grande Obelisco na outra extremidade da rua. 

                

Ao seu redor estão também praças e monumentos homenageando heróis argentinos.   É lógico que Buenos Aires é muito mais do que este simples roteiro, à medida que você conhece esta cidade mais atrativos irão aparecer de acordo com o seu perfil. Há também inúmeros parques como o Rosedal, da Flor, Chacabuco, entre outros,e um Zoológico muito bom para quem está com crianças. Depois de caminhar um pouco pela região central de Buenos Aires fomos até o hotel onde meu irmão estava hospedado e nos despedimos deles com um pouco de tristeza pelo nosso encontro ter sido tão rápido, queríamos conviver mais. Voltamos para o estacionamento onde estava nosso motorhome e mais os outros 12 da Europa que continuavam aguardando o embarque para regressar ao velho continente.

               

                 

Conhecemos alguns viajantes e pegamos algumas dicas para os nossos próximos destinos. A maioria dos europeus que vem a região da Patagônia chega normalmente em setembro e viajam por cerca de oito meses e retornam entre março e abril para pegar o verão europeu. No dia seguinte fomos seguindo o roteiro que falei anteriormente, considerando que a Letícia estava em Buenos Aires pela primeira vez e deveria conhecer seus atrativos. Fomos até El Caminito e conversando com alguns comerciantes antigos tentei encontrar o morador mais antigo que vivia nesta região.

            

               

Fui até a casa de um morador que segundo informações, seu pai seria o morador mais antigo do Caminito. Infelizmente seu pai havia falecido uma semana antes mas encontrei uma senhora de 93 anos que contou um pouco do início deste local que atualmente se tornou tão visitado e cercado de arte. Na verdade o Caminito era endereço de vários revolucionários e de intelectuais de Buenos Aires e muitos protestos e ações anarquistas partiram dali. Depois de saber um pouco da história, encontramos um casal de dançarinos de Tango que tiravam fotos para a confecção de um álbum. Como o fotógrafo era um amigo que chamaram para o serviço, e trazia uma câmera compacta simples com poucos recursos, me ofereci para dar alguns clicks e disse que mandaria as fotos por e-mail posteriormente. O casal era muito simpático e fotogênico,  dançavam com muita leveza e movimentos harmônicos resultando em belíssimas fotos. Fiquei feliz com as fotos, pois a composição do casal com o Caminito ao fundo foi perfeita para o registro do lugar. Eles se chamavam Ivana e Maurício e são professores de Tango na Coréia. 

                   

             

Do Caminito fomos até a Recoleta almoçar e as opções são muitas, sempre com a boa carne portenha. De lá passamos pelo cemitério e entramos no Buenos Aires Design, uma mistura de shopping com galeria de arte e café, vale a visita. A melhor forma de se locomover por Buenos Aires e por taxi, eles são baratos e o trânsito da capital ainda tem fluidez , bem diferente de São Paulo.  

           

            

Voltamos ao Puerto Madero, conhecemos alguns bons restaurantes, e constatamos que na Buenos Aires de verdade os restaurantes normalmente são de descendentes de espanhóis ou de italianos o serviço seguem um padrão cultural. De qualquer forma comer bem aqui é muito fácil e agora ainda está barato para nós brasileiros. É interessante ver nas lojas, nas casas de câmbio e até muitos taxistas aceitarem o real como uma moeda forte. Este é um sentimento de 10 anos atrás vivido pelos argentinos que invadiram o litoral brasileiro nesta época em que o peso argentino estava forte.  Depois de alguns dias em Buenos Aires, deixamos a cidade, foi impressionante, pois deixamos a cidade em horário de rush e em poucos minutos já estávamos na Ruta 3 a caminho da Península Valdés, a porta de entrada da Patagônia.  

Category : Diário de Bordo