A grandiosidade e fascínio dos cânions brasileiros
Deixamos as belas praias do sul catarinense e seguimos em direção aos majestosos cânions entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por incrível que pareça, aos pés dos cânions está à cidade de Praia Grande que apesar do nome não existe praia no município. Segundo relato de moradores a origem do nome se deve aos tropeiros que chegavam pelo alto da serra e se deparavam com uma grande extensão de areia com cascalho nas margens do rio dando a impressão de uma praia. Passamos rapidamente pela pequena cidade, reforçamos o estoque de alimentos para ficarmos dentro do parque e rumamos para o topo do grande platô. O início da subida contava com bons trechos de asfalto, uma surpresa muito agradável, pois na minha última investida nesta região, no ano de 2006, a estrada era toda de terra com cascalho e em alguns trechos quando chovia só veículos tracionados subiam. Como a subida é bem íngreme achei melhor acionar o 4×4 do motorhome, assim subiria com mais facilidade. Mais uma vez fiquei muito satisfeito com a escolha da F-4000 4×4, a força do motor na reduzida fez com que o carro subisse em quarta marcha e com folga, superou as expectativas. Paramos em alguns mirantes no caminho e em pouco tempo estávamos no topo das montanhas.
Muitas pessoas questionam sobre a localização dos cânions, se eles estão em Santa Catarina ou no Rio Grande do Sul, a explicação leva em consideração o divisor de águas. Portanto, a parte baixa dos cânions está em Santa Catarina e o topo está no Rio Grande do Sul. Se você fizer a trilha do Rio dos Bois, uma caminhada fantástica num cenário de parque dos dinossauros, onde se caminha dentro do cânion do Itaimbezinho, você estará caminhando em terras catarinenses e quando estiver no interior do parque, na parte alta, vendo o cânion por cima estará em terras gaúchas. O Parque Nacional dos Aparados da Serra abrange áreas nos dois estados, mas não importa de onde você vai olhar estas formações seculares, a visão é arrebatadora. Vale dizer que se aventurar pelas terras do parque sem um guia local é extremamente arriscado.
Recentemente um casal entrou na trilha do rio dos bois no interior do cânion sem autorização e sem guia e esta aventura arriscada quase resultou em tragédia. Depois de cinco dias o casal foi encontrado por bombeiros e guias já em situação crítica, sem alimentos e já com avançado grau de hipotermia. Sobre a fauna do parque, apenas poucas espécies podem ser vistas, entre elas podemos destacar a curicaca, encontradas nos campos de altitude e no topo das araucárias, o graxaim e alguns pequenos marsupiais.
Nesta minha passagem aproveitei para visitar os amigos que trabalham na unidade que prestaram um grande apoio na minha última visita, Deonir, Adão e Kempers, e o prestativo Zé Alberto que também me auxiliou nos deslocamentos dentro da unidade. Em termos comparativos posso afirmar que o parque continua entre os oito melhores do Brasil em termos de estrutura, administração e organização. É claro que existem alguns pontos que devem ser melhorados como a renovação das placas de identificação de trilhas e de atrativos, a reabertura de uma lanchonete ao lado do centro de visitantes que havia em 2006 e agora não existe mais. Água, lanches naturais ou refrigerantes só se você levar, pois no centro de visitantes não há nada para comprar, nem mesmo um cartão postal.
Voltando aos atrativos da parte alta do parque, ao lado do centro de visitantes duas trilhas proporcionam imagens estonteantes como à vista da cachoeira do Véu da Noiva despencando lentamente nas paredes do cânion. Na outra trilha um pouco mais longa, é possível observar toda a topografia da região, onde as centenárias araucárias, protegidas com a criação do parque, emolduram estas gigantescas rupturas resultantes de movimentação de placas tectônicas há milhões de anos.
Como a Letícia não conhecia esta região, aproveitamos a oportunidade com um tempo seco e poucas nuvens para visitar o parque. A passagem foi perfeita, pudemos registrar imagens belíssimas com um tempo excelente.
Despedimos dos nossos amigos e seguimos para o Parque Nacional da Serra Geral.
Category : Diário de Bordo
Cleiton Bassani
13 Anos ago
Estive em Cambará do Sul no mesmo dia, segue a foto ao lado do motorhome:
Visitamos o canion Fortaleza, lugar muito bonito. Valeu a pena.
boa viajem!
eduardo
13 Anos ago
Ok Cleiton, legal que viu de perto o veículo do projeto.
Realmente o Cânion Fortaleza é majestoso, um dos mais belos cânions do Brasil.
Um abraço
Eduardo e Letícia
Roberto Colaço
13 Anos ago
Oi Eduardo e Letícia,
Enquanto continuo “ancorado” no camping da lagoa em Florianópolis vou acompanhando a viagem de vocês. Devo sair no fim do mês para o Norte. Grande abraço e suerte para nosotros
Colaço do Mundo Virado
eduardo
13 Anos ago
Beleza Colaço
O projeto está a todo vapor, estamos passando por lugares fascinantes que todo brasileiro deveria conhecer.
Chegamos em Porto Alegre e ficaremos uns dias para colocar a janela que falta e fazer alguns acertos e depois seguiremos para o Uruguai.
Qualquer dia a gente se encontra por estas estradas !
Grande abraço
Edu e Letícia
Silvio luis Silveira da silva
13 Anos ago
Amigo eduardo e leticia,vão com DEUS ,obrigado por terem feito amizade comigo,silvio bombeiro São jose do Norte.abração.