Rio Grande, Praia do Cassino e Taim-RS

Posted on abril 22, 2011 // 6 Comments

Deixamos a balsa após a travessia do estreito, entre as cidades de São José do Norte e Rio Grande. A travessia é rápida e em pouco tempo já avistávamos a orla de Rio Grande, por sinal uma cidade bem simpática. Rio Grande abriga a melhor faculdade de oceanografia do Brasil e nada mais justo terem no município um museu oceanográfico imperdível. Pelas minhas andanças pelo nosso Brasil, é difícil encontrar instituições que sejam organizadas e funcionando como deveria. Este museu é um exemplo de uma boa gestão, as salas são bem construídas, a disposição dos objetos e painéis facilita a visita e atualmente se transformou numa referência para a região.

     

 Conhecemos o diretor do museu que possibilitou a nossa visita na segunda-feira, dia em que o museu está fechado  para manutenção e limpeza. Lauro Barcelos foi muito atencioso conosco e contou parte da história do museu desde a sua criação. No interior do museu os esqueletos de peixes e baleias muito bem montados mostram em detalhes a anatomia destes animais marinhos. Na parede quadros mostram espécies raras de conchas e crustáceos.

        

A nossa visita ao museu foi bastante enriquecedora e de lá seguimos para o centro de Rio Grande, só para um registro da nossa passagem pela cidade que ainda preserva construções antigas e belas praças.

   

Deixamos o centro de Rio Grande e partimos para a praia do Cassino, intitulado como a maior praia contínua do mundo. Sempre tenho um pouco de receio em relação a estes títulos, muitas autoridades são mestres em fazer isto. De qualquer forma, a praia do Cassino, com seus 245 km vai dos moles de Rio Grande até o Chuí e realmente impressiona pelo seu tamanho. Algumas praias do Caribe também clamam pelo título, mas a praia brasileira ainda aparece como a primeira da lista. Fico imaginando se na enorme costa do Esqueleto, na Namíbia, ou na costa da Austrália que é praticamente uma grande ilha, não existe uma praia que supere estas dimensões.  

           

Percorremos de motorhome alguns quilômetros da praia, a sensação é muito agradável dirigir pela areia da praia, o céu estava azul e sem nuvens e podíamos ver longas distâncias. Paramos um pouco para registrarmos imagens do nosso veículo pelo Cassino e também pude experimentar um veículo radical, o skate a motor com rodas do tipo cross. O skate era movido por uma bateria e não polui, como andei muito de skate na minha adolescência, dar um role na praia foi fácil, ainda bem que o tombo é na areia e não no concreto. De qualquer forma não dei vexame e pude curtir a sensação de percorrer trechos das areias da maior praia do mundo. Letícia registrou o feito, nossos netos ainda vão ver  isto um dia.

  

Voltamos para o motorhome e seguimos para a Estação Ecológica do TAIM.  Como já havia entrado em contato com a direção anteriormente, ficou  fácil conhecer um pouco mais desta unidade de conservação no extremo sul do país. Agradeço o apoio do diretor Henrique Ilha e o substituto Hamilton em relação aos deslocamentos dentro da estação. A estação Ecológica do Taim está entre as unidades do Brasil que funcionam, ao contrário de outras que padecem por falta de recursos e de pessoal capacitado para gerir a unidade.   A estação é uma área de restinga que abrigas outros tipos de ambientes costeiros como banhados, matas, campos e dunas. Há também grandes lagoas e e praias oceânicas. esta grande diversidade atrai várias espécies de bicho que são facilmente avistadas dentro da área da unidade.  Com certeza as aves estão entre os visitantes mais frequentes pela abundância de alimento nas lagoas e banhados.  Uma característica marcante do Taim é que está com água o ano todo, sendo um ambiente singular que tem atraído visitantes do Brasil e de outro países que se impressionam com a beleza paisagísitca. Conhecemos a Lagoa Mangueira, ao sul da reserva, e logo no início da navegação dezenas de capivaras descansavam nas margens da lagoa. Lagoa adentro, aves cruzavam o céu a todo momento e em locais distantes e mais isolados muitos cisnes brancos, conhecidos como coscoroba, circulavam pelas águas calmas da lagoa.

      

Quando nos aproximávamos, o motor era desligado para não assustar as aves. Depois de algumas horas navegando voltamos ao veículo para o almoço. No período da tarde visitamos outra região da estação, próximas ao mar. Fomos até o farol Sarita, o penúltimo da costa sul do Brasil e voltamos pela praia do Cassino. A Estação Ecológica do Taim abrange atualmente com uma área de 11.000 hectares  mais em breve será ampliado para 33.000 hectares.   

     

No caminho muitas aves se alimentavam no vaivém da maré, nas areias da praia sinais da civilização, dezenas de sacolas plásticas poluíam a paisagem em toda a extensão da praia. Tenho certeza que a era das sacolas plásticas já foi, devemos banir esta que é a responsável pela maior mancha poluidora dos oceanos do planeta.

Deixamos a estação Ecológica do TAIM e levamos alguns folhetos explicativos para serem distribuídos ao longo do nosso caminho dentro do Uruguai, nosso próximo destino.

Category : Diário de Bordo