Reserva Nacional de Paracas e Ilhas Ballestas, destinos interessantes !

Após Nasca, não tínhamos a certeza da nossa próxima parada, assim entramos na estrada Panamericana inicialmente com destino a Ica. Por mais que façamos um planejamento prévio de um projeto desta magnitude, muitas surpresas surgem durante o percurso, pois apenas uma conversa com um morador local pode mudar nosso rumo. E foi exatamente isto que aconteceu, depois de um bate papo com um peruano que vive nos arredores de Nasca, este nos sugeriu uma visita à Reserva Nacional de Paracas e também as Ilhas Ballestas. Chegamos à pequena cidade que leva o nome da reserva e buscamos uma agência de turismo para ter uma noção do que poderia ser feito e quando.

      

      

      

Conhecemos um pouco da história da cultura Paracas, e segundo consta sua existência está compreendida entre os anos 1.000 A.C. e 0. Eles viviam nos vales costeiros das atuais províncias de Chincha e Pisco. Esta cultura ficou muito conhecida pela riqueza dos produtos têxteis, pois no Peru antigo roupas e tecidos tiveram uma função simbólica importante.  As diferentes etapas da vida dos homens dentro da sociedade eram medidas de acordo com os tecidos que usavam e com a hierarquia que eles ocupavam. Os têxteis também eram utilizados nas cerimônias e rituais religiosos, da mesma forma para intercâmbios comerciais, eventos bélicos e também para a morte.  Depois de conhecer um pouco da história, seguimos de carro até a portaria da reserva, pagamos uma pequena taxa e entramos. A reserva está localizada na Península de Paracas, no departamento de Ica, a 230 km ao sul da capital Lima. Abrange uma área desértica com cerca de 20 km da costa e praticamente 70 % da área se encontra no mar, protegendo uma rica e diversificada fauna marinha. Sua geografia peculiar abriga mais de 60 tipos de aves, inúmeras espécies de peixes e alguns mamíferos. Dentro da área circulamos por estradas desertas e arenosas, sendo nossa primeira visita o grande paredão rochoso, onde formações foram batizadas com nomes de figuras que com o tempo perderam seu real significado.

      

     

A catedral é uma delas, um grande arco com uma torre na lateral lembrava uma igreja, mas a ação do tempo sucumbiu o arco, restando apenas parte da torre. No mirador há um painel com uma foto da formação original, antes de ser erodida pelas intempéries. Mesmo sem o arco, a topografia das encostas é surpreendente. Apreciamos as imagens e seguimos para outro ponto da reserva conhecida como Lagunilla, onde encontramos mais um casal de suíços viajando de motorhome. A região é um grande deserto com o mar ao lado, sabíamos da possibilidade e da anuência do guarda-parque para dormir naquele local e como já era quase 6 da tarde estacionamos o nosso carro ao lado do outro motorhome. Não havia luz nem energia, a escuridão era quebrada apenas pela iluminação dos motorhomes que são alimentados por baterias carregadas pelos painéis solares. Junto com a gente um ônibus de adolescentes vindos do norte do Peru, da cidade de Trujillo.  Dá para imaginar que a noite não foi tão quieta, a galera bebeu e dançou até altas horas, em volta de uma fogueira e das barracas. Os suíços trataram de mover seu carro para longe do ônibus, se afastando do ruído, nós estávamos distantes e dormimos sem qualquer problema.  No dia seguinte conhecemos outros pontos menos expressivos e retornamos a Paracas para um tour de barco pelas ilhas Ballestas. As lanchas rápidas saem praticamente lotadas, muitos turistas visitam Paracas para conhecer este pequeno arquipélago com grande concentração de aves marinhas, lobos marinhos e pinguins. No caminho para Ballestas outro grande mistério envolve uma figura de 200 metros feita em baixo-relevo na areia, o intrigante Candelabro.

      

       

      

Muitas lendas rondam esta figura mística, algumas sugerem que quando navios passavam em frente à figura seus motores eram desligados involuntariamente. Até os dias de hoje ainda são desconhecidos os autores, a data de execução e a sua finalidade. Alguns historiadores afirmam que o candelabro foi feito por navegantes ou piratas para auxiliar na orientação. Sabendo de toda história envolvendo esta figura, quando passamos em frente à sensação é mesmo de mistério e suspense.  Continuamos nosso tour rumo às ilhas e depois de uma hora meia de navegação em lanchas velozes estamos em frente aos grandes arcos que dão nome as ilhas.

         

       

       

       

As ilhas de origem vulcânica acumulam uma grande quantidade de “guano”, as fezes das aves que são extraídas pelo governo e utilizadas como fertilizantes. É impressionante a quantidade de aves voando sobre as ilhas, abaixo delas barcos levam turistas ao redor dos rochedos para observarem mais de perto os pinguins de Humboldt e lobos marinhos descansando nas pedras. Alguns machos descansam nas pedras cercados de fêmeas, um verdadeiro harém. Há uma grande variedade de aves, algumas migratórias e outras residentes das ilhas, um grande espetáculo para quem visita as Ilhas Ballestas. No céu vemos milhares de aves voando em formação, indo de um lado para o outro. Uma velha estrutura a beira do mar foi por muito tempo, utilizada para retirada do guano e agora parece uma grande sucata abandonada. Apesar da quantidade elevada de turistas e de barcos, o passeio foi agradável mesmo com o dia nublado. Voltamos para o porto de Paracas e entramos na estrada em direção a Lima. 

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Category : Diário de Bordo

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