Estamos em La Paz, difícil de dirigir mas fácil de curtir !

Estamos em La Paz, capital da Bolívia, a cidade mais populosa do país e normalmente o que mais impressiona os visitantes é sua localização geográfica. Situada no fundo de um cânion, cercada pelo Altiplano, um planalto de altitude elevada e pelas montanhas da Cordilheira dos Andes. Embora Sucre continue legalmente sendo a capital do país, o governo tem a sua sede na cidade de La Paz desde 1898, ainda é sede do departamento de La Paz. A cidade de Nuestra Señora de La Paz ou simplesmente “La Paz” como ficou conhecida, foi fundada em 20 de outubro de 1548, pelo capitão espanhol Alonso de Mendoza, no local em que, atualmente, se situa a comunidade de Laja. Para quem visita a cidade pela primeira vez vale tomar um chá de coca para diminuir os efeitos da altitude, pois a cidade está a 3.640 metros acima do nível do mar. Contratamos um serviço de um taxista para fazer um tour, considerando que nosso motorhome é grande para circular em ruas estreitas e íngremes da cidade.

        

       

       

        

Visitamos o Valle de La Luna, formações arenosas que lembram a superfície lunar. O caminho até o vale já é peculiar, cruzamos túneis escavados na rocha, sem qualquer cobertura de concreto. No Valle conhecemos Valério, um simpático boliviano que fica nas formações tocando músicas andinas com sua flauta para os visitantes. Deixamos o vale e buscamos um lugar onde teríamos uma visão panorâmica da cidade e nosso motorista nos levou nas bordas de El Alto, onde observamos toda cadeia de montanhas destacando o Nevado Illimani, com seus 6.465 metros, cuja silhueta formou o emblema da cidade desde a sua fundação. Nesta região mais alta também vimos de perto cenas que não encontramos no centro como ciganos lendo a sorte dos bolivianos e muitos índios vendendo produtos agrícolas trazidos do interior do país. Pelos seus atrativos, La Paz está na rota de mochileiros que vêm e todas as partes para conhecer Peru, Bolívia e Chile. Contando com uma boa infra-estrutura para receber turistas, há hotéis de luxo à albergues com diárias menores que quatro dólares.

        

        

       

Durante nossa passagem por La Paz pudemos ver várias manifestações artísticas pelas ruas e praças da cidade. Ficamos impressionados com a diversidade de vestimentas, instrumentos, o povo boliviano é sem dúvida um dos povos mais conservadores de suas tradições culturais. Caminhar pelo centro já é um grande barato, observar o trânsito confuso e barulhento de perto impressiona. Acho que o item mais importante nos carros bolivianos depois do motor é a buzina, pois é uma sinfonia de sons estridentes.

        

       

A cidade de La Paz está dividida administrativamente em “macrodistritos”, urbanos e rurais. O centro histórico abriga atualmente museus, hotéis, lojas e edifícios importantes como o Museu Nacional de Arte, a prefeitura municipal de La Paz e o Banco Central da Bolívia. No centro está também a Praça Murillo, onde está o Palácio do Governo e o Congresso Nacional.

        

        

O bairro de Miraflores está separado do centro da cidade por um longo desfiladeiro, e atualmente construíram a Ponte das Américas e duas avenidas, unindo os dois lados. De carácter inicialmente residencial, o seu crescimento fez com que se convertesse num importante centro comercial e de recreio. Abriga ainda universidades e os principais centros hospitalares de La Paz, incluindo a importante faculdade de medicina. Dependendo do tempo da sua estadia em La Paz há muitas opções de passeio dentro e fora da cidade. Vale ainda conhecer a Catedral Metropolitana de La Paz em estilo neoclássico construída a partir de 1835. Mais distante da cidade, em passeios que duram algumas horas, está Chacaltaya, considerada a estação de esqui mais alta do mundo e também o importante sítio arqueológico de Tiwanaku. Ficamos apenas 3 dias em La Paz, pois estávamos num hotel no centro e normalmente ficamos apreensivos longe do nosso veículo por muito tempo. Deixamos o hotel, voltamos para o carro e pegamos a estrada rumo a Copacabana. Em El Alto passamos por um trânsito infernal e por pouco não perdemos a entrada da estrada que segue para o lago, sinalização e placas informativas é artigo de luxo nesta região. Na saída enfrentamos uma situação no mínimo inusitada e absurda, coisa de Evo Morales. Passamos por vários postos de combustível e não havia diesel nas bombas. Como tínhamos que abastecer continuamos a busca e depois de cerca de 20 kms encontramos um posto do governo onde havia combustível. Entramos na fila que já estava grande e quando chegou a nossa vez o frentista nos disse que não poderia abastecer veículos estrangeiros. Ele nos mostrou uma resolução do governo dizendo isso e começou uma grande discussão dentro do posto, pois havia outro motorhome de uns franceses e eles vindo do primeiro mundo não entendiam como aquilo era possível. Os franceses estavam irredutíveis e gritando o tempo todo. Eu também fiquei revoltado com aquela situação e disse que não tiraria o meu carro enquanto não estivesse abastecido. A fila atrás dos nossos carros só aumentava e o clima foi ficando cada vez mais tenso. O frentista nos dizia que havia câmeras no posto e que se ele abastecesse nossos carros seria demitido. Vendo aquela situação insustentável e perigosa, pois os motoristas bolivianos entraram na discussão e queriam que tirássemos nossos carros, achei melhor entrar no motorhome e ir embora daquela confusão. Acho que foi o mais sensato para aquele momento e por sorte, 30 quilômetros adiante encontramos um posto particular tranquilo e abastecemos normalmente sem problemas. Fica aqui registrada a nossa indignação com o governo boliviano, que parece não respeitar os turistas que vem ao seu país trazendo dinheiro e trabalho para muitos bolivianos. Depois deste incidente continuamos na estrada passando por pequenos povoados e aos poucos o azul profundo do imenso lago Titicaca já faz parte da paisagem.

        

        

A beleza do lago e toda tranquilidade de suas águas nos deixa mais calmos e tranquilos. Chegamos no estreito para cruzar o lago e embarcamos o motorhome numa balsa de madeira, utilizada para levar ônibus e caminhões. As balsas partem a todo momento, é só chegar e embarcar o carro e os boliviamos cruzam para o outro lado. No meio da travessia olhamos para o horizonte e observamos a imensidão do lago com a cordilheira dos Andes ao fundo.

        

Cruzamos o estreito sem problemas e seguimos pela belíssima estrada que segue bordeando a imensidão do Lago, sempre com a Cordilheira dos Andes ao Fundo. Observamos alguns gaviões, uma espécie de carcará boliviano sobrevoando as margens do lago em busca de alimento. Aos poucos, de cima da colina já podíamos ver a pitoresca cidade de Copacabana, nossa próxima parada.

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Category : Diário de Bordo

Um comentário → “Estamos em La Paz, difícil de dirigir mas fácil de curtir !”


  1. Jacob Bussmann filho

    14 Anos ago

    Olá Eduardo, belas fotos e a Bolívia é mesmo cheia de contrastes como bem documentado pelas fotos, quanto ao combustível, passei experiência semelhante o ano passado, em posto em Camine (cidade do Petroleo) pagamos a gasolina mais cara por se tratar de veículo estrangeiro….e tinha uma placa com essa nota, são coisas do Evo e quetais…….mas prossigam curtindo a viagem …boas estradas…abraço

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