Arequipa, a mais bela cidade peruana !

Posted on julho 20, 2011 // 3 Comments

Após nossa passagem por Puno e pelas fantásticas Ilhas dos Uros, seguimos para Arequipa, uma das mais belas cidades peruanas.  Esta é minha terceira vez em Arequipa e posso dizer que a cidade está cada vez melhor em relação à estrutura oferecida aos turistas. Fomos diretamente ao centro histórico e como as ruas são estreitas, tratamos de achar um estacionamento onde pudéssemos deixar o motorhome e sairmos despreocupados. Arequipa localiza-se no sul do país, está a 2.325 metros de altitude, uma altura confortável com temperaturas amenas. Apesar de estar entre vales e montanhas desérticas da Cordilheira dos Andes, a região de Arequipa é uma grande produtora de frutas. Circulando pelos arredores da cidade observamos vários picos nevados, entre eles o imponente vulcão Misti, com 5.822 metros de altitude. A população de Arequipa beira os 900 mil habitantes e atualmente está entre os destinos mais visitados por turistas no Peru. A cidade foi fundada em 1.540 pelo espanhol Francisco Pizarro no local onde havia uma antiga cidade Inca. Arequipa se encontra numa região sujeita a processos sísmicos e vulcânicos, devido à pressão entre as placas tectônicas da América do Sul e o Oceano Pacífico. No passado dois terremotos sacudiram a região, em 1687 e 1868, destruindo boa parte da cidade e até mesmo a Basílica de Arequipa.  O Centro Histórico foi inscrito na lista de cidades Património Mundial por sua arquitetura, sendo grande parte dos edifícios construídos numa espécie de rocha vulcânica de cor branca, chamada de “sillar”.  Quando você caminha pela praça central da cidade percebe porque ela é considerada por muitos viajantes a mais bela do país.

      

      

         

Não importa a hora, durante o dia você se surpreende  com a riqueza de detalhes dos edifícios e durante a noite a iluminação deixa o clima romântico e aconchegante, constratando com as cores do entardecer. Posso dizer que a praça mostra uma perfeita harmonia entre as caracterísiticas antigas e a influência trazida pelos europeus. A melhor forma de conhecer os atrativos é contratar um serviço de taxi no hotel onde estiver hospedado. 

       

       

Um fato triste de Arequipa é a presença de taxistas piratas circulando pela cidade e há registros de assaltos a turistas. Normalmente eles pegam os turistas e levam para algum lugar ermo onde outros cúmplices já esperam para efetuar o roubo. Muito cuidado na hora de pegar um taxi. Os hotéis já contam com taxistas conhecidos, portanto é sempre mais seguro pedir para a recepção chamá-los em vez de correr o risco, principalmente a noite. Tivemos a sorte de conhecer o senhor José Luiz, taxista simpático e  muito educado. Ele permaneceu cerca de 3 horas nos mostrando boa parte dos pontos interessantes da cidade. Acabamos almoçando juntos, num local simples e bem típico sugerido por ele, só havia peruanos no local mas a comida era muito boa. Continuamos nosso tour e paramos na praça Yanahuara, com vista para o centro da cidade e também onde está a peculiar igreja de San Miguel Arcangel. Interessante é que todos os locais turísticos estão sempre bem policiados e limpos, os visitantes podem caminhar e fotografar tranquilamente sem stress. Conhecemos ainda o bairro de Tambos e o Convento de Santa Catalina, datado de 1.580, onde cerca de 450 freiras viveram isoladas do mundo exterior.

        

        

        

         

Terminamos o nosso giro no Mirador de Sachaca, onde tivemos uma visão extrordinária de toda Arequipa com os vulcões ao fundo. Do mirante nos chamou a atenção pequenas fazendas dentro do município, bem perto do centro. Temos a certeza que a cidade de Arequipa entrou para os nossos registros como uma das mais belas cidades visitadas em nossa travessia. Jantar num dos restaurantes da praça central contemplando as imagens das luzes iluminando os edifícios foi simplesmente magnífico. Depois dos bons momentos voltamos para o nosso motorhome, dormimos no estacionamento onde estávamos parados e saímos no dia seguinte rumo a Cuzco. A estrada tem suas surpresas, uma delas é o Lagunillas, um imenso lago azul cercado por montanhas. Fizemos uma parada num mirante acima dos 4 mil metros e a respiração já estava ofegante. Algumas índias vendem seus produtos aos turistas e Letícia aproveitou para comprar alguns “recuerdos”. Seguimos em frente e as paisagens se alteram repentinamente, cruzamos com um trem de carga, atualmente os trens de passageiros estão cada vez mais raros.

      

      

      

Observamos vários camponeses conduzindo lhamas e ovelhas pelas montanhas íngremes da região. Povoados com dezenas de peruanos trabalhando a terra, plantações de milho e trigo são as mais comuns. Assim como os bolivianos, os peruanos também são conservadores de suas tradições culturais e não foi difícil encontrar numa destas vilas uma festa de devoção a santos com comidas e danças típicas. É sempre interessante participar destes festejos como observador e poder captar momentos únicos nos detalhes das vestimentas ou mesmo nos rostos marcados pelo tempo.

       

      

      

É claro que em nossa parada, quando invadimos este espaço, também somos observados como seres estranhos mas em pouco tempo se acostumam como nossas atitudes e tudo volta ao normal, uma espécie de interatividade entre culturas. Nossa viagem segue adiante, estamos num vale com um rio caudaloso nos acompanhando. A frequência de casas vai aumentando, a movimentação de veículos também é intensa, enfim estamos dentro de uma das maiores mecas do turismo da América do Sul, a cidade de Cuzco.   

Category : Diário de Bordo