Garibaldi e Bento Gonçalves, sabores com história

Posted on abril 18, 2011 // 4 Comments

Sempre tivemos curiosidade em conhecer este circuito dos vinhos do Rio Grande do Sul e realmente passear por esta região é uma verdadeira aula sobre esta bebida de sabor refinado. Nosso primeiro destino foi à cidade de Garibaldi, na rota dos espumantes, famosa por ter um dos melhores champagnes do mundo.  No ano passado, a champagne da Vinícola Garibaldi ficou em primeiro lugar concorrendo com produtores renomados da França.  Logo na entrada, a vinícola que leva o nome da cidade apresenta um roteiro próprio para quem deseja entender um pouco mais sobre estas bebidas.

           

É claro que este novo conhecimento não vai te transformar num enólogo, mas você irá saborear um espumante sabendo como ele foi produzido.  Fizemos um pequeno tour por entre enormes “pipas”, como são conhecidos estes tonéis de madeira (carvalho) onde é armazenada a bebida. Nosso guia nos mostrou o interior de uma pipa, a forma de armazenamento, o controle do tempo e no final pudemos experimentar este delicioso champagne.  Continuamos nosso passeio conhecendo um pouco do casario no centro de Garibaldi e seguimos para a cidade de Bento Gonçalves. Quando entramos a sensação foi de uma cidade grande, com trânsito intenso, enormes ladeiras, ficamos um pouco decepcionados com aquela primeira visão. Mas depois de passar pelo centro de visitantes, logo na entrada da cidade, o funcionário nos forneceu informações preciosas do que poderia ser feito nos arredores, fugindo daquele grande centro urbano. É claro que antes de deixar o centro, acompanhamos a partida da Maria Fumaça, esta locomotiva nostálgica que nos remete ao passado quando este transporte teve seu apogeu. O passeio tem duração de duas horas e o retorno é feito em ônibus, já incluído na passagem.

      

Voltamos ao nosso motorhome e seguimos para outro destino nos arredores de Bento Gonçalves, o Caminho de Pedras. Foi incrível, depois de poucos quilômetros distantes do centro da cidade, entramos numa espécie de passagem do tempo e aos poucos parecia que estávamos no interior da Europa, passando por casas originais dos antigos moradores, com estilos italianos e germânicos. Ficamos surpresos, num trecho de cerca de 7 quilômetros é possível desfrutar momentos agradáveis em contato com gente do campo e com as tradições vindas da Europa e que permanecem até hoje.  É claro que todo este resgate foi um belíssimo trabalho de arquitetos  entre eles  Fernando Oltramare, o mentor desta idéia e também historiadores e pessoas dispostas a transformar este pequeno vilarejo num destino cultural aliado a boa cozinha. Percorremos e visitamos várias residências com diferentes atrativos, como a deliciosa Casa do Tomate com molhos e receitas verdadeiramente italianas, impossível ir embora sem levar um pote de molho Pesto e um de Tomate, tudo sem qualquer conservante.

         

Mais adiante a Casa da Ovelha, onde assistimos um cachorro da raça Collie arrebanhar ovelhas seguindo a risca os comandos do dono.  Na pequena loja no subsolo da casa vários produtos feitos na região e que levam a marca da casa. Seguindo pela estrada passamos pela Vinícola.

        

Seguimos pela estrada e como já estava na hora de almoçar optamos pela  Casa da Família Vanni, uma cantina charmosa dentro  de uma residência italiana. Fomos muito bem atendidos e saboreamos um delicioso Fettucini ao Funghi regado a uma taça de vinho da casa.

          

De volta à estrada, paramos na casa da Família Strapazzon, logo na frente conhecemos o casal Zeca e Nelza, os dois super simpáticos fazem fotos antigas dos visitantes com um cenário único. Não resistimos e fizemos um ensaio naquele ambiente típico das fazendas da Itália, com um parreiral ao fundo, carroças, um casa de madeira e é claro com todas as vestimentas da época e os utensílios utilizados na colheita da uva. 

           

Ficamos ali por horas, o casal foi super atencioso conosco e nos ofereceu pouso para nossas motorhome em frente ao seu local de trabalhoA sensação era única, pela janelas víamos as parreiras, ao fundo a pequena casa onde foi gravado o filme “O Quatrilho”, foi uma noite tranqüila e com boas recordações dos  novos amigos. No dia seguinte deixamos a “Piccola Itália” e pegamos a estrada com destino a Porto Alegre.

Category : Diário de Bordo